domingo, 2 de junho de 2013

Poema de Cesário Verde


CinismosEu hei de lhe falar lugubremente 
Do meu amor enorme e massacrado, 
Falar-lhe com a luz e a fé dum crente. 

Hei de expor-lhe o meu peito descarnado, 
Chamar-lhe minha cruz e meu Calvário, 
E ser menos que um Judas empalhado. 

Hei de abrir-lhe o meu íntimo sacrário 
E desvendar a vida, o mundo, o gozo, 
Como um velho filósofo lendário. 

Hei de mostrar, tão triste e tenebroso, 
Os pegos abismais da minha vida, 
E hei de olhá-la dum modo tão nervoso, 

Que ela há de, enfim, sentir-se constrangida, 
Cheia de dor, tremente, alucinada, 
E há de chorar, chorar enternecida! 

E eu hei de, então, soltar uma risada. 


Eu escolhi estas duas imagens, não tendo a ver 100% com o poema, mas sim com o seu título, podemos ver que em ambas as imagens têm cinismo, falsidade, as pessoas mostram aquilo que não são, o que tem a ver com um pouco do poema, conseguimos ver que Cesário diz várias coisas negativas a seu respeito, deixando a pessoa transtornada, mas que no fim ele solta uma risada, como se estivesse a brincar.

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